ui.

temendo que notem a minha excitação, sinto os membros estenderem-se e estremeço com um arrepio preguiçoso. uma sensação voluptuosa percorre-me suavemente o corpo. ouço o sangue pulsar dentro de mim como uma imaginaria corrente de quentes mares oceânicas e traz aos meus lábios a sombra de um sorriso. sinto-me semiatordoada, os meus olhos rolam como berlindes. experimento uma felicidade inexplicável, uma sensação de promessa tentadora. sinto-me invadida por uma serena sensação de orgulho : afinal de contas, posso ter falado muito alto, mas soube soletrar a palavra e vi no riso que se seguiu uma coroa de louros, um tributo. de repente, o prazer secreto que experimento e como um delicioso formigueiro dentro de mim e sinto-me maravilhosamente viva.
estremeço febrilmente na glória de mim mesma.

novas perspectivas

enquanto me limitava a luz de pensamentos restritos, a nao partilha, tentativa de isoalmento e noçao erronea de que nao era boa conversadora o suficiente para meter conversa, caí numa espiral de contrastes e paradoxos. passei a passagem de ano como planeado, trancada na casa de banho aos pinotes com uma overdose de alegria ao som do tao letal glam metal. nao, nao desperdicei nem um unico segundo que fosse a pensar num pandula qualquer, dai o meu extremo orgulho em assinalar a mudança e a conquista. cheguei a conclusao que apenas manti o maçarico aceso como porto de segurança e resposta,soluçao e explicaçao para tudo que me acontecesse. estava portanto a condicionar a minha vida e a minha acçao em relaçao a uma pessoa. foi a maior das barbaridades e atrocidades cometidas em relaçao a minha pessoa, nunca mais me martirizarei por algo que afinal nunca existiu. estou portanto num novo ponto da minha vida, em que ao final de cada dia me agradeço a mim propria por ter sido quem fui o dia inteiro, de me ter entregado e de acima de tudo ter crescido. Desde o inicio do ano que sentia ao final de cada dia que tinha crescido a pacotes mas depois da passagem de ano tao marcante sinto que cresço largos anos. e incrivel como uma festividade aparentemente banal e insignificante se revelou como um novo ponto de partida. aproveitei-me do lema ''ano novo, vida nova'' e ignorei totalmente a pandulice. muita histeria,muita euforia (e um pouco de alcool) a mistura foram a receita certa para receber o novo ano. estou num mood de liberdade autentica, de ja nao estar agarrada a ninguem e de daqui para a frente todas as responsabilidades me pertencerem. saí da minha zona de conforto, é verdade, mas a recompensa que estou a receber neste momento, a maturidade que vejo a passos largos atravessar os reconditos da minha mente e penetrando a minha hipofise estão a motivar-me cada vez mais para encarar a vida com ainda maior optimismo. tenho dedicado algum tempo a escrita criativa e a expressão de emoçoes que me tem degolado a minha atitude apatica e arida(diga-se de passagem que alguns dos textos nao passam de um snack freudiano). Portanto, caros leitores, sou a mesma pessoa de sempre, absolutamente analitica e critica, desta vez com uma descarga de optimismo e liberdade incondicionais. brevemente postarei alguns dos meus devaneios literarios, na esperança que alguem os leia e sinta da mesma forma como os produzo.